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Megadeth x Metallica: Conheça as duas versões da história

Dave Mustaine colaborou com o filme “Some Kind Of Monster”, do Metallica, mas não gostou nem um pouco da maneira como aparece no documentário. Xingou, esbravejou e disse que se sentia traído por Lars Ulrich, que respondeu às acusações.

Veja abaixo o que aconteceu, nas duas versões da história:

– O Lado Mustaine

Com a palavra, Dave Mustaine: “Não consigo pensar em ninguém que tenha me decepcionado mais e tenha me machucado mais através dos anos do que Lars Ulrich”. Pelo que Mustaine diz, o Metallica e o pessoal que fez o filme “Some Kind Of Monster”, com toda a roupa suja do Metallica sendo lavada diante das câmeras, é que são os verdadeiros monstros do título do filme.

Em entrevista para a MTV, Mustaine diz que concordou em cooperar com a banda, mas acabou sendo apunhalado pelas costas. O que acontece é em uma das cenas mais impressionantes do filme, Mustaine conversa com Lars Ulrich a respeito do fato de ter sido chutado do Metallica, em 1982, por ser um bêbado indomável e, por algo além de cinco minutos, Mustaine diz para Lars que sua demissão foi uma ruína em sua vida, que não importa quantos discos de platina venha a ganhar com o Megadeth, ele sempre viverá na sombra do Metallica que se deu melhor. Em um determinado ponto, Dave pergunta para Ulrich porque é que ele não foi mandado para alguma clínica de reabilitação ao invés de simplesmente ser chutado da banda, fazendo referência ao vocalista James Hetfield, que foi internado em 2001, atrasando bastante o lançamento do disco “St. Anger”.

Por mais emocionante que seja o material que está na tela, Mustaine não quer nem saber: não era pra estar lá. O líder do Megadeth diz que nada daquilo deveria ter sido incluído no documentário porque aquele trecho não representa o que, na real, rolou durante o encontro.

“Se você assistir ao material que gravamos de uma maneira linear, é totalmente diferente. Eles filmaram três horas com nós juntos e usaram apenas cinco minutos. Por que é que eles não usaram a parte em que Lars levanta e vai para o banheiro chorando porque eu fiz com que ele tivesse o dele por causa de toda merda que aconteceu?”, diz Mustaine.

Depois da sessão de terapia filmada, Dave diz que recebeu documentos que concordou em assinar desde que tivesse a chance de aprovar (ou não) o material depois de editado. Um ano depois, conta ele, chegou uma fita com a cena em que ele aparece.

Aquilo não deixou Mustaine nem um pouco feliz e a resposta dele foi um “não” tão grande quanto pesado. Ele diz ter falado com um dos diretores do filme e diz ter mandado uma mensagem para a banda declarando que não queria a cena divulgada.

“Não significou nada para eles. Então, Lars colocou sua própria interpretação no caso dizendo ‘bem, a gente olhou bem praquilo (a declaração de Mustaine) não sabia se era ele ou se eram os empresários dele que diziam aquilo´… Quem se importa? Nós NÃO aprovamos e isto é tudo que deveria ter importado. Não consigo pensar em ninguém que tenha me decepcionado mais e tenha me machucado mais através dos anos do que Lars”. Mustaine diz que ele estava tão passional e revelador na filmagem porque ela foi feita dois dias depois dos ataques terroristas de 11 de setembro e diz também que só concordou em participar porque achou que seria tratado de maneira justa e objetiva.

“Eu não tinha a menor idéia de que tudo seria montado. E se tem uma coisa que eu não entendo é que, por 20 anos, eles têm dito que eu era um guitarrista temporário e que eu não valia nada. Ninguém falava a meu respeito e basicamente todos fingiam que eu nem existia e agora eu sou tão importante que precisaria estar no filme? Dá um tempo, vai…”, conclui Mustaine.

– O Lado Metallica

Lars Ulrich, baterista do Metallica, diz que não tem idéia do porquê de tanta reclamação por parte de Dave Mustaine, do Megadeth, a respeito de sua participação no documentário “Some Kind Of Monster”. “A única coisa que posso dizer, eu mesmo, quando vi algumas das cenas, individualmente e fora do contexto, elas parecem ser embaraçosas. Porém, quando você coloca todas elas para rodar no contexto do filme, acho que flui muito bem. Eu espero que ele tenha a chance de assistir ao filme, ou entrar na surdina e assistir uma sessão, ou que alguém mande pra ele uma cópia, e assim, talvez, ele se sina diferente em relação a isso”. Lars também diz que a cena da conversa entre os dois que é exibida no filme é um retrato fiel do que aconteceu durante a conversa entre os dois. “è uma representação bastante acurada do que aconteceu naquela noite, dentro daquela sala. Olha, eu não sei… A gente mandou pra ele uma cópia da cena e ele nos pediu se nós poderíamos não colocar aquilo no filme. Então, a gente sentou e realmente respeitou o julgamento dele. Aí, decidimos que era uma parte muito essencial do filme para se deixar de fora. Nós continuamos perguntando ‘por quê?’ e ‘existe algo que…?’. Olha, eu não sei dizer. Não falei com ele desde aquele dia”.

Para Ulrich, a explosão de Mustaine foi chocante. “Fiquei atordoado ao ser levado diante do fato de que toda vez que ele olha pros seus 15 anos de carreira em uma banda muito bem-sucedida chamada Megadeth, a principal coisa que ele via no retrovisor era o Metallica. Isso simplesmente me atordoou”, diz Lars.

“Olha, eu sempre tive um fraco por ele. Sempre achei que ele era uma pessoa muito talentosa e meio que querida. E nós tivemos alguns bons momentos através dos anos, mas eu estou satisfeito por termos tido esta oportunidade de jogar tudo isso em cima da mesa. Especialmente pra ele, porque ele bem que precisava se botar aquelas coisas pra fora. Bom… Só que James (Hetfield) não estava lá. Então, foi uma grande parte do todo. Eu acho que sempre fui um pouco mais complacente que James. E eu também acho que eu era bem mais complacente com Dave do que James foi, especialmente lá no começo. Então, eu acho que James e Dave ainda têm algumas coisas entre eles que ainda precisam ser resolvidas”.

 

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